Este é um blog pessoal, onde colocarei textos escritos por mim em momentos de alegria e de angustia e textos que chegam em minhas mãos através de e-mails de amigos e que de alguma forma tocam meu eu interior.

29 de dezembro de 2014

Ela a Depressão

Olho para tudo e nada vejo, tenho tudo e nada tenho. A alegria foi embora, o ânimo, quem é esse?
A palavra é não, não vou, não quero, não consigo.
Um mundo lá fora pulsando e eu aqui reduzida a quatro paredes, olhando o mundo por cima dos muros e pelas grades do portão. Vejo e ouço a vida pulsar lá fora, me incomoda, queria essa vida pulsando em mim.
Queria sair, trabalhar, ver amigos, ver pessoas, conversar, rir por qualquer bobagem, mas estou prisioneira, quem é meu carcereiro, eu mesma, me deixei sufocar por meus sentimentos, meus medos, minhas frustrações, pelo desanimo, pelas dificuldades e ela foi se instalando aos poucos, como quem não quer nada e hoje é a senhora do meu ser, da minha vontade, da minha vida.
Ela é a depressão, que tudo derruba, que se apodera de nosso ser, e que sozinha não tenho forças de manda-la embora; quero mas não consigo. Tão poderosa que não me deixa pedir ajuda, e quando consigo pedir, não sou compreendida, sou tachada de preguiçosa, de molenga, de não querer nada com nada e os dias vão passando todos iguais. Ao descobrir uma fresta, em uma luta desigual com ela, procuro ajuda profissional, compreensão, mas não sei me expressar e ela vai cada vez mais se agigantando impedindo que faça um tratamento, até que não me dou mais valor, família, trabalho, amigos, vida própria é como se não existissem mais. Estou aprisionada em mim mesma. O que pode me dar forças para lutar e vence-la, a vontade de recuperar minha vida, mas ela não deixa essa vontade tomar conta do meu ser.
Um olhar, um abraço, um sonho, o mar com sua força, o sol que pulsa de vida, a natureza com sua exuberância de vida, a oração com seu poder divino, não sei. Só sei que dentro de mim em algum lugar existe uma porta sem tranca que preciso abrir, oro para encontrar essa porta, como preciso dar passos ,não a encontro, sei que ela está lá, só esperando minha mão na maçaneta para abri-la e começar uma luta insana contra essa terrível depressão que me domina.

28 de dezembro de 2014

Semeando Harmonia

Temos sempre em nós que precisamos agradar para sermos aceitos. Queremos ter maioria de suas convicções. Quantas vezes deixamos de fazer o que gostamos, ou pensamos para agradar alguém. Como ser nós mesmos em um mundo tão globalizado, temos amigos por causa das redes sociais e facilidades de mudança, de viagens, no mundo inteiro.
Segundo a nossa critica, aceitamos ou não as pessoas do jeito que são. Quando é para  nos aceitarem procuramos ser o mais possível parecidos com o novo amigo ou pelo menos pensar como ele mesmo que não tenha nada a ver.
Ou então seguindo a máxima de que os opostos se atraem, empurramos ao outro nosso modo de ser.
Já ouvimos muitas vezes que somos como uma cebola, com muitas camadas ou máscaras. Só que a cebola quando vamos retirando as camadas não sobra nada e nós quando vamos tirando nossas máscaras vamos vamos-nos revelando seja nosso melhor ou nosso pior.
Bom ou mau, melhor ou pior, tudo depende de quem vê ou da nossa autocritica. Nossa personalidade vai sendo formada conforme nossas experiências, nossas convivências. Trazemos caracteristicas no nosso DNA, que podem ser melhoradas, mas não mudadas.
Sempre queremos mudar, mudança sempre acaba sendo radical, precisaríamos ir nos aperfeiçoando segundo cada momento, muitas vezes até aperfeiçoar a mesma coisa a vida inteira, até termos harmonia interior.
Falamos muito de Paz, que precisamos de paz, o mundo precisa de paz, mas o que é paz sem harmonia interior?
Harmonia interior é estarmos bem conosco e com os que estão ao nosso redor, procuramos manter um equilíbrio exterior para ter equilíbrio interior, porém tem que partir de dentro para fora, preciso amar-me para amar o outro, perdoar-me para poder perdoar, ser alegre para transmitir alegria, ser grato para receber gratidão.
Ao revolvermos a terra do nosso ser, vamos jogando novas sementes e conforme as sementes que semeamos são os frutos que colhemos e que deixamos que as pessoas colham.
Opiniões e sentimentos mudam, mas quando são verdadeiros e estão enraizados em nós, nos trazendo harmonia, não tem que mudar para agradar ninguém, temos é que fazê-los crescer cada vez mais, para termos cada vez mais pessoas harmônicas  ao nosso lado e assim o mundo ir encontrando a harmonia e finalmente a tão desejada paz entre as pessoas, entre os povos, imperando o respeito mutuo e a liberdade consciente.

13 de dezembro de 2014

Asas da Liberdade

Tenho asas para voar e não as uso, minha liberdade é ilimitada e a limito. Sei que minha liberdade vai até onde começa a do outro, então porque acabo invadindo sem respeitar o espaço do outro.
Porque não deixo minha liberdade voar alçar voo com ela?
Podo as asas dela com preconceitos e hábitos arraigados dentro de mim há tanto tempo, que não sobra espaço nem para uma pequena tentativa de voo.
O medo se instala dentro de mim porque ao querer voar externamente, invado espaços, desrespeito, critico, torno-me egoísta, vou me frustrando e cada vez mais diminuindo meu espaço interno, deixando de sonhar, de voar. Porém um dia um raio de luz consegue penetrar  e começa a abrir espaço, começa a retirar as tralhas aí entulhadas, algumas vezes as caixas caem fazendo sombra para o raio de luz, mas a abertura já está feita, a fresta é estreita, a liberdade começa a ter novamente gosto pelo voo e sonha em como retirar todas as caixas e baús aí guardados e poder voar livremente fazendo de seu espaço interior um espaço infinito unindo-se a liberdade exterior sem medos, sem criticas, sem preconceitos, sem velhos hábitos, com a autoestima equilibrada, sabendo seu valor e aonde ir, não permitindo ser esmagada de novo.
Uma liberdade sem inveja, com meu espaço brilhando tanto como o do outro, que saiba respeitar e se fazer respeitar, que não tema, mas também não imponha, seja livre, mas não sufoque o outro, que fale e saiba ouvir, ame e deixe-se amar por inteiro, não só mostrando o seu melhor e o seu pior, que cante quando tem vontade, mas não ensurdeça os outros que estão ao seu redor, dance se tem vontade, porém que não atropele a tudo e a todos, saiba silenciar ouvindo seu interior.
Deixe-se amar não perdendo sua liberdade e não podando a do outro.
Simplesmente ser feliz e livre, respeitar a felicidade alheia e se alegrar com ela.
Um sorriso por ver o outro feliz lava a alma e deixa muitos raios de luz penetrarem na nossa.
Felicidade é simplesmente viver com a alegria das pequenas coisas.
Liberdade é saber o momento certo de voar e o de pousar recolhendo-se ao seu interior com a satisfação do voo realizado.